quinta-feira, 12 de julho de 2012


‘Não há lugar para Deus na criação do Universo’ Segundo Stephen Hawking.


O Universo não precisou de um Deus para ser criado. É o que acredita o físico Stephen Hawking. Depois de ter afirmado que a existência de um criador não era incompatível com a ciência, Hawking mudou sua teoria. No livro “The Grand Design”, que será lançado no próximo dia 9, o cientista diz que o Big Bang é uma consequência inevitável das leis da física, nada mais.
“A criação espontânea é a única explicação para a existência do Universo. Porque existe uma lei como a gravidade, o Universo pode e deve criar-se a partir do nada. Criação espontânea é a razão para haver alguma coisa em vez de nada, para que o Universo exista, para que nós existamos”, escreve Hawking. “Não é necessário invocar Deus para acender o pavio e pôr o Universo em movimento”.
Contestações
A teoria de Isaac Newton também é contestada na nova obra do físico. Segundo Newton, um deus teria desenhado o Universo, já que os planetas não poderiam ter nascido do caos. “Não é necessário invocar Deus para explicar o futuro do Universo”, afirmou Hawking. Citando a descoberta de 1992, que mostrou pela primeira vez planetas orbitando uma estrela que não era o Sol, Hawking disse que estão aparecendo cada vez mais evidências de que o Universo não nasceu como um “presente para os homens”.
Em 1988, o best-seller “Uma breve história do tempo”, de Hawking, continha uma teoria que parecia aceitar o papel de Deus na criação. A obra é renomada no meio científico por suas teorias sobre buracos negros, cosmologia e gravidade quântica.


Nota: Mudar de opinião não é ruim. Melhor seria se fosse para uma ideia melhor.

Ex-professor de física questiona limites da ciência


Relatos sobre a morte da ciência em geral são enormes exageros – ao menos, é o que pareceu até hoje. Um físico britânico, Lord Kelvin, supostamente declarou, em 1900, que “não há nada novo para ser descoberto na física, o que resta são medidas cada vez mais precisas”. Contudo, logo veio a teoria da relatividade e a física quântica para desmenti-lo. Em 1996, um Best-seller de John Horgan chamado O Fim da Ciência foi publicado. Mas, novamente, nenhum sinal de a profecia ser concretizada. Em The End of Discovery: Are We Approaching the Boundaries of the Knowable, Russel Stannard novamente prevê o fim da ciência. O livro gira em torno de três ideias: a primeira é de que o cérebro – que evoluiu para sobreviver na selva [segundo a concepção evolucionista], e não para lidar com os mistérios da teoria das cordas – pode ser inadequado para progredir com a ciência a ponto de explicar tudo. A segunda é que é tecnicamente impossível provar todas as ideias concebidas pelos homens. E, por fim, é provável que o objetivo final dos cientistas – que seria “a explicação de tudo” – de fato não existe.

No livro, Stannard questiona parâmetros e faz grandes perguntas. Além de examinar os problemas da consciência, ele divaga sobre o sentido de achar uma explicação para o Big Bang e faz perguntas como “É lógico falar sobre livre-arbítrio em um universo que aparenta ser determinista?”, “O que é o tempo?” e “Por que o universo permitiu a evolução [sic] de vida consciente, e isso já aconteceu em algum outro lugar?”

Apesar de não falar sobre religião, a obra de Stannard foi quase que cronometrada para servir de contraponto ao livro de Stephen Hawking e Leonard Mlodinow que rejeita a necessidade da existência de Deus. O livro de Stannard – professor de física aposentado e autor de livros infantis sobre a física quântica – é um chamado para que cientistas exercitem sua humildade face à estupefação dos mistérios da existência. [...]

(Opinião e Notícia)

Nota: Se o cérebro humano “evoluiu para sobreviver na selva” e se trata de mero amontoado de moléculas, o que garante que seja confiável a conclusão de Stannard ou de qualquer outro ser humano sobre quaisquer outros assuntos? Por que devo aceitar como “adequadas” as conclusões de um cérebro animal a respeito da não existência de Deus, do naturalismo filosófico ou mesmo da macroevolução? Por que devo acreditar que esse cérebro materialista é capaz de entender a realidade que o cerca? E o que esse cérebro materialista teria a dizer sobre o que está além do material (sobrenatural), se não evoluiu para entender isso? Bem, se se limitar à visão naturalista, Stannard está certo em suas conclusões. Mas, como sou teísta e não creio que o cérebro seja apenas um amontoado de moléculas, penso de maneira totalmente diferente: assumo que a ciência experimental se constitui numa ótima ferramenta para entender a realidade, já que, a despeito de suas limitações como método e dos limites da compreensão humana, posso ter alguma certeza de que compreenderei os fenômenos da natureza porque fui criado para pensar e aprender.[MB]


fonte: http://www.criacionismo.com.br/2010/10/ex-professor-de-fisica-questiona.html

sábado, 7 de julho de 2012

CRISE NA FÍSICA E NA BIOLOGIA


Falta explicar a origem de 96% do material cosmológico e da consciência.


Em 27 de abril de 1900, na Royal Institution of Great Britain, o matemático e físico escocês William Thomson, Lorde Kelvin de Lars (1824-1907), fez um discurso que se tornou conhecido e resumido pelos historiadores da ciência nos seguintes termos: “Vejo apenas duas pequenas ‘nuvens’ no sereno céu do conhecimento científico: o experimento de Michelson-Morley, realizado em 1887, e a discordância entre os valores medidos e os valores teóricos previstos pela termodinâmica para os calores específicos em baixas temperaturas.” O discurso foi reproduzido pelaPhilosophical Magazine – Revista Brasileira de Ensino de Física, com o título de “Duas nuvens ainda fazem sombra na reputação de Lorde Kelvin”. Em dois trabalhos que publiquei, escrevi que essas “duas pequenas nuvens” transformaram-se em duas violentas tempestades: (1) A Teoria da Relatividade Restrita de Einstein (1905) e (2) a Teoria Quântica de Planck (1900). Ainda nesses trabalhos, considerei a existência de “outras nuvens” no “sereno céu” da física do final do século 20 que poderão desencadear novas tempestades agora. Uma delas está “ligada à cosmologia, relacionada com a existência da matéria e da energia escuras”. Vejamos a razão disso.

Em 30 de junho de 2001, a Nasa lançou o satélite Wilkinson Microwave Anisotropy Probe (WMAP) com o objetivo de examinar algumas anomalias na radiação cósmica de fundo de micro-onda (RCFM), detectada em 1965, indicando o resquício da “grande explosão” (Big Bang) observada pelo satélite Cosmic Background Explorer (Cobe), lançado em novembro de 1989. Com o término da missão do WMAP, em setembro de 2003, iniciaram-se as análises dos dados que ele enviou. Em março de 2006, a equipe desse satélite anunciou que o nosso Universo tem a idade aproximada de 13,7 bilhões de anos e é composto de 23% de matéria escura, 73% de energia escura e 4% de matéria bariônica, a matéria convencional.

As análises indicaram ainda que a velocidade de expansão do Universo é de 21,8 km/s, por milhão de anos-luz, e que a densidade de sua massa crítica vale Ω = 1,024, o que significa que a geometria do Universo é quase euclidiana (plana). Esses dados, no entanto, não são explicados pelo Modelo Padrão Cosmológico do Big Bang (MPCBB). Esse modelo foi proposto nos anos 40 e desenvolvido entre 1970 e 2000, supondo que o Universo começou com a “explosão” de uma singularidade. 

Assim, creio que a não explicação (até agosto passado) de aproximadamente 96% de material cosmológico (matéria e energia) represente uma crise na cosmologia. Em contraposição, a não descoberta do bóson de Higgs (bH), (previsto em 1964), peça fundamental do Modelo Padrão da Teoria das Partículas Elementares (MPTPE) também ampliará a crise da cosmologia, pois é o bH que explica a origem das massas das partículas elementares, sendo estas os componentes da matéria convencional cosmológica observada.

A crise na física referida anteriormente, no meu entendimento, está associada a uma outra, agora na biologia, particularmente na genética. Vejamos como. A Teoria da Evolução formulada por Charles Robert Darwin (1809-1882) e Alfred Russel Wallace (1823-1913), exposta em 1859, tem como característica básica a evolução do homem em quatro grandes momentos: Homo erectusHomo habilisHomo sapiens Homo sapiens sapiens. Além disso, existe muita controvérsia sobre a evolução do homem a partir dos macacos (principalmente de gorilas e chimpanzés). Mas a grande questão é saber por que o homem é dotado de consciência e os macacos não, considerando que o homem e os chimpanzés e gorilas têm aproximadamente 98% de genes idênticos [é bom que se diga que até nisso há controvérsias]. A crise na biologia, por intermédio da genética, é explicar se existe algum gene responsável pela consciência humana.

Os genes são segmentos do composto orgânico chamado DNA, molécula armazenadora de instruções que coordenam o desenvolvimento e o funcionamento de todos os seres vivos. A história dessa molécula começa, em 1869, quando o médico suíço Johann Friedrich Miescher (1844-1895) descobriu uma nova substância localizada no núcleo das células, denominada por ele de nucleína. Em 1889, o patologista alemão Richard Altmann (1852-1900) sugeriu que essa nova substância se chamasse ácido nucleico. Depois de vários estudos sobre os ácidos nucleicos, a estrutura molecular em dupla hélice do DNA foi finalmente descoberta, em 1953, pelos biólogos moleculares James Dewey Watson, americano, e Francis Harry Compton Crick, inglês.

(José Maria Filardo Bassalo, Scientific American Brasil)

Nota1: O artigo acima minha primeira publicação neste blog é uma homenagem ao Profº Dr. Bassalo (Pai da física na terra do açaí). Não fui seu aluno de forma direta porém me considero fruto do seu trabalho.


Nota2: É o tipo de artigo que mostra o quanto de humildade temos que ter para admitir o quanto ainda não sabemos. Aliás, se nosso cérebro é tão somente resultado de evolução animal – portanto, um amontoado de moléculas acidentalmente organizadas –, nada garante que realmente saberemos interpretar a realidade que nos cerca, ou que nossa interpretação corresponderá à realidade objetiva. Afinal, como um acidente (cérebro) poderá entender outro acidente (Universo)?[MB]